Alguns confrades queridos se utilizam das
questões 17, 18, 19 de o livro dos espíritos, no intento de negarem a evolução
anímica, alguns a partir do reino do minério, e outros em nenhum momento da
vida, e atentos apenas à letra, mas esquecidos da essência, do sentido profundo
que estas ocultam, acreditam que com estas questões estão apresentando um
cheque mate a essa possibilidade, vejamos:
17- Pode o homem conhecer o princípio das
coisas?
R- Não. Deus não permite que tudo seja
revelado ao homem, aqui na terra.
18- O homem penetrará um dia o mistério das
coisas que lhe estão ocultas?
R- O véu se ergue na medida em que ele se
depura; mas, para a compreensão de certas coisas, necessita de faculdades que
ainda não possui.
19- O homem não poderá, pelas
investigações da ciência, penetrar alguns segredos da natureza?
R- A ciência lhe foi dada para o seu
adiantamento em todos os sentidos, mas ela não pode ultrapassar os limites
fixados por Deus.
Quanto mais é permitido ao homem penetrar
nesses mistérios, maior deve ser sua admiração pelo poder e pela sabedoria do
Criador. Mas, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o
torna frequentemente joguete da ilusão. Ele acumula sistemas sobre sistemas, e
cada dia que passa mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades
repeliu como erros. São outras tantas decepções para seu orgulho.
Mas como sempre Allan Kardec está
correto, pois não é, e jamais será possivel ao espirito, saber da origem da
vida, tanto quanto do ápice da mesma, ou seja, do alfa e do ômega - Kardec nos
apresenta outras questões em o “Livro dos Espíritos” que confirmam esta que
estamos apresentando - e não me demorarei tentando contestar estas questões,
pelo contrario, estarei buscando extrapola-las a luz da lógica e da razão que
estas encerram.
Lembro, contudo de que ao apresentarem
estas respostas a Kardec, os espíritos não desejavam que este deixasse de
pesquisar os fenômenos muitos que se manifestam na vida, apenas informa-lo de
que as suas pesquisas o conduziriam a essa realidade.
Temos ainda algumas outras questões que
reafirmam as que transcrevi, mas não vejo a necessidade de inseri-las, pois, as
mesmas apenas corroboram esta verdade apresentada pelo mestre lionês, então
verifiquemos a priori a possibilidade de descobrirmos a origem da Vida, e a
seguir o ápice da Mesma.
Principiemos lembrando uma verdade que é
inconteste, e que é crença generalizada na doutrina espirita, Deus é eterno, é
Ele a Vida absoluta a manifestar-se no universo, e conforme Kardec em o livro
“A Gênese” o universo está para Deus, tanto quanto nosso corpo está para nosso
espirito.
E como já o sabemos nosso espirito está
no todo de nosso corpo, onde haja um órgão espiritual, há um órgão energético
(períspirito), tanto quanto um órgão físico.
Uma lei da física nos informa de que dois
ou mais corpos não ocupam um mesmo lugar no espaço, e esta lei é exata, desde
que estes corpos se demorem vibrando numa mesma dimensão, entretanto o
espirito, o períspirito, e o corpo de matéria, se demoram em condições
vibracionais diferenciadas.
E é natural de que nesta analogia que nos
apresenta Kardec, nos pretende informar de que Deus se manifesta no infinito do
universo, e assim como o espirito é a vida do corpo, Deus é a vida do
ilimitado.
E se o universo é a manifestação de Deus
na vida, não temos como, de forma lógica e racional, aceitar o inicio do
universo a quinze bilhões de anos, como nos informam alguns astrofísicos, e
alguns espíritas desinformados que lhes fazem coro, entendemos que se Deus é
eterno, se é Vida terá que haver Se manifestado em plenitude na eternidade, do
contrario temos que concordar de que Ele, por quais motivos ignoramos, se
omitiu em manifestar a vida, em uma eternidade que antecede a esses breves
quinze bilhões de anos; sendo a Vida absoluta do universo - e isto quer dizer,
plena, completa - como e onde ocultou
Ele esta Vida?
Imaginar que Ele se demorasse no nada é inconcebível,
pois o universo é infinito, e para que possamos ter uma ideia de infinito,
vamos nos imaginar viajando em uma direção do universo, numa velocidade de
trilhões de vezes maior que a da luz, viajemos quintilhões de anos luz, vamos
dar uma paradinha, e nos aperceberemos de que estamos apenas em um ponto do
universo, então vamos ampliar a velocidade da luz ao infinito, e vamos viajar
na eternidade, e continuaremos apenas em um ponto do mesmo, e assim
sucessivamente. Neste infinito absoluto, onde existiria o espaço para o nada?
A lógica e a racionalidade nos levam a
crer, de que o Universo é eterno tanto quanto Deus, pois não nos é possivel
imaginar Deus sem universo, e menos ainda o universo sem Deus, entretanto
alguns espiritas ainda atidos à letra me estarão apresentando as questões 37 e
38 do Livro dos espíritos, pois estas dizem respeito à criação do universo,
vamos extrapola-las.
37. O universo foi criado ou existe desde
toda a eternidade como Deus?
- Ele não pode ter sido feito por si
mesmo; e se existisse de toda a eternidade como Deus, não poderia ser obra de
Deus.
A razão nos diz que o universo não
poderia fazer-se a si mesmo, e que, não podendo ser obra do acaso, deve ser
obra de Deus.
38. Como criou Deus o universo?
Para me servir de uma expressão corrente:
por sua vontade. Nada exprime melhor essa vontade todo-poderosa do que estas
belas palavras do Gênese: Deus disse: Faça-se a luz, e a luz foi feita.
Deus não criou o universo na concepção literal
em que compreendemos a criação, pois nos temos demorado a crer que Deus haja
criado o universo a partir do nada, entretanto o nada é inconcebível. Sendo
assim o universo em sua manifestação de vida, está contido em Deus, mas não
deixa de ser obra do Criador, pois o mesmo é um eterno vir a ser, e
movimentando Sua vontade absoluta, Deus criou, cria, e criará eternamente o
Universo, maturando a substância através de Sua vontade, exteriorizando a vida
nas infinitas modalidades de ser, e isto é criação.
Deus é a razão absoluta de todos os
atributos que se manifestam na vida do universo, inteligência, amor, sexo,
insaciabilidade, e infinitos outros, que sequer podemos conceber. E
manifestando sua vontade Ele criou e cria eternamente, pois o universo é um
eterno vir a ser, é mutável, variável, se demora num relativo constante, nele
tudo se modifica e se transforma. Então podemos dizer que Deus se demora ainda,
e demorar-se a eternamente, criando o universo, e esta criação se fez, faz e
fará na manifestação de sua vida através de sua vontade, pois Ele se demora
absoluto no universo.
Temos nos detido a letra, esquecendo-nos
da essência fenomênica, que encerram as revelações apresentadas por Allan
Kardec em suas obras básicas, e com isto, temos extrapolado de maneira equivoca
as questões inseridas em O Livro dos Espíritos. E por consequência as temos
destituído da lógica que estas encerram, tenho tentado equalizar algumas
questões cuja extrapolação apresentada não suporta a lógica e a razão. Dentre outras,
estas questões do “Livro dos Espíritos”, em que alguns espíritas entendem que
Kardec pretende opor-se a possibilidade da evolução anímica, sendo que estas
questões a corroboram conforme minha extrapolação, pois para ser franco, não me
é preciso sequer extrapola-las, apenas compreende-las.
E quanto à questão da Criação, se
interpretarmos a resposta apresentada pelo espírito da verdade, observando
literalmente á letra, teremos que acreditar em uma Criação, em que Deus se
demorasse ordenando a vida, para que esta acontecesse, vejamos: Deus disse faça
se a luz e a luz foi feita. Entendo que o espírito da verdade se utilizou desta
expressão, como uma metáfora, pois do contrário seriamos levados a crer na
criação bíblica, em que Deus criou a Terra o céu e tudo que nele existe em seis
dias, havendo descansado no sétimo. Entretanto como uma metáfora ela responde
perfeitamente à questão, demonstrando que o Criador manifesta a sua vontade na
obra da criação.
Então somos levados a compreender de que
se Deus é a vida do universo, é natural de que toda a vida que neste se
manifesta é criação de Deus, pois é ele a fonte absoluta da Mesma.
Pelo já apresentado fica claro de que
Deus não cria a vida conforme a crença monoteísta, em que Deus cria a partir de
um nada, pois o nada é inconcebível, e quando informamos que Deus é absoluto,
estamos afirmando que O mesmo contém a vida plena do universo.
Se aceitarmos a possibilidade de Deus
criar algo, que não exista na vida do universo estaremos a torna-Lo mutável,
entretanto já temos visto em outros textos por mim elaborados, que ao universo
nada se adiciona, e tampouco se subtrai que o mesmo é absoluto, é completo,
acreditar que Deus se demorasse modificando a vida do cosmo, é destitui-lo de
sua condição absoluta de perfeição, tornando-O perfectível, pois o mesmo seria
suscetível de alterações em seu contexto absoluto de Vida.
Entendemos de que a vida do universo está
em constante mutação, pois o universo é um eterno vir a ser, entretanto esta
mutação não acontece por acréscimo, ou subtração dos elementos que constituem a
vida do mesmo, mas por expansão através da maturação da substância nos seus
infinitos momentos evolutivos de ser.
E é a crença monista que responde com
lógica e racionalidade aos conceitos da vida no universo, pois esta nos informa
de que é na maturação da substância, que a centelha divina, o corpo energético,
o psiquismo, e o elemento matéria-energia, em simbiose divina, inicia no reino
do minério, sua caminhada rumo a individualidade.
É na maturação da substância que estes
elementos que compõem o “Ser” se manifestam em simbiose, num único e mesmo
momento, a caminho da individualidade, pois o elemento matéria - energia, não
teria como revestir a centelha divina, sem o corpo energético que é o elemento
plasmático que permite à aderência da matéria a centelha divina; então somos
levados a deduzir de qualquer um desses elementos, dissociados um do outro,
estariam impossibilitados de exercerem as suas funções, sem um destes o “Ser”
não se formaria, e não aconteceria a evolução.
E alguns confrades não aceitam a evolução
anímica a partir do reino do minério, alegando que a matéria não tem espirito,
e por isto mesmo não é inteligente, e concordamos plenamente que a matéria não
tem espirito, e isto Allan Kardec o corrobora na questão 78 de o “Livro dos
Espíritos”, mas que a matéria não tenha um principio inteligente que a anima,
isto não da para concordar, mas não concordar não basta, então vamos primeiro
apresentar a questão de o Livro dos Espíritos, extrapola-la, e a seguir
afirmaremos a inteligência da matéria.
78 – Os Espíritos tiveram um principio ou
existem de toda a eternidade, como Deus?
R. – Se os Espíritos não tivessem tido
principio seriam iguais a Deus; mas, pelo contrario são sua criação, submetidos
a sua vontade, Deus existe de toda a eternidade, isso é incontestável; mas como
e quando Ele criou, não sabemos. Podes dizer que não tivemos principio, se com
isso entendes que Deus, sendo eterno, deve ter criado sem cessar: mas quando e
como cada um de nós foi feito, eu te repito, ninguém o sabe; isso é um
mistério.
E mais uma vez concordamos com Kardec,
como não concordar, mas concordamos não por ser ele o codificador do
espiritismo, mas pela lógica e racionalidade que o mesmo apresenta na
codificação da doutrina espirita, e é com justeza que recebeu o titulo de o bom
senso encarnado.
Realmente o espirito é criado por Deus,
como retro informado, não a partir do nada, pois o mesmo é eterno, este coexiste
no núcleo da substância desde a eternidade e isto Kardec o corrobora - Podes
dizer que não tivemos principio, se com isso entendes que Deus, sendo eterno,
deve ter criado sem cessar - entretanto não temos como penetrarmos os arcanos
da eternidade, mergulhar no amago do Criador e verificar quando a centelha
divina tem seu inicio. Eu acredito que na eternidade em Deus a vida vem se
processando, mas repetimos com Kardec, ninguém o sabe; isso é um a mistério,
pois não temos como definir a que momento da eternidade, o principio
inteligente começa a se manifestar, enquanto no núcleo da substância.
Mas se não nos é possivel descobrir a
origem do principio inteligente do universo, pois ignoramos por completo a
essência da vida a manifestar-se em Deus, antes do momento da maturação da
substância no reino do minério, podemos a partir de então apreciar as
manifestações inteligentes que no mesmo se manifesta, - pois estas
manifestações se repetem - e então podemos apreciar a vida a manifestar-se de
Deus, a partir desse momento, e os que admitem a evolução anímica, entendem que
é a partir desse instante, que Deus cria o espírito. (Ver o texto Evolução
Anímica)
Porém não podemos chamar a esse principio
inteligente que atua na matéria de espirito, mas de centelha divina, pois no
reino mineral, tanto quanto no reino vegetal, a alma ainda se demora a
dormitar, e a sonhar, embora o “Ser” já exista completo, como centelha divina,
como corpo energético, como psiquismo, e como elemento matéria- energia, e
infinitos atributos de Deus que ainda ignoramos, mas não conquistou ainda a sua
individualidade, entretanto ao agitar-se no reino animal, acordará no reino
humanoide, como obra prima do Criador.
Embora muitos confrades entendam como espírito,
apenas o “Ser” inteligente que atingiu a maturação de humanoide, eu entendo que
desde o reino animal já podemos chamar a inteligência neste seu momento
evolutivo de espírito, pois o mesmo já conquistou sua individualidade.
(Não vou especificar aqui o conceito de
individualidade, pois já o apresentei em o tema Evolução Anímica, e
tornar-se-ia redundante).
E para corroborar que o animal já é um
espirito, lembramos de que nos anais da metapsiquica, tanto quanto em
informações apresentadas por Aksakof, Denis, e outros, temos relatos de animais
que se materializaram junto aos seus donos.
Mas estão corretos os confrades que me
questionaram afirmando-me que a matéria não tem espirito, pois realmente não o
tem, e isto o estou demonstrando neste texto, entretanto em momento algum em
meus estudos eu fiz esta afirmativa; mas será mesmo que a matéria não tem um
principio animante, inteligente? Será que a matéria é realmente inerte, morta,
como o supõem alguns amigos?
Principiemos analisando os elementos que
formam a matéria os átomos.
Pois nós já apreendemos através da física
de que os átomos, em seu peso atômico do hidrogênio até o uranio, são os
elementos básicos que formam a matéria, embora existam alguns outros átomos
sintéticos, sabemos ainda que os mesmos se buscam por lei de afinidade, que
quando desmontados em partículas através de uma força aplicada, a tendência é
se reagruparem.
Acreditamos que essa lei de afinidade que
se manifesta nos átomos, não é apenas inteligente, mas é ainda e também
determinante e especifica, e acreditamos que além da lei de sintonia, existe outro
principio fundamental na formação das células e das moléculas, pois a formação
desses corpúsculos, não acontece apenas de átomos semelhantes, por exemplo, a
água, se não aceitarmos, nos átomos um principio inteligente, e determinante
mesmo, temos que dar as mãos aos ateístas quando nos apresentam os fenômenos
que se manifestam-na vida, tanto quanto a própria vida do universo como uma
casualidade, pois estaremos aceitando um efeito sem causa.
E mais esses átomos formam as moléculas e
as células, e estas por afinidade formam a matéria sólida, os líquidos e os
gases, será que não existe um principio inteligente e determinante mesmo, na
afinidade entre os átomos, na definição das moléculas e das células?
E como retro informado na formação das
células e das moléculas, átomos de peso atômicos diferenciados se agrupam na
formação das mesmas; será mesmo que não existe nenhum principio inteligente
ordenando a formação desses corpúsculos?
Não existirá nenhum psiquismo revestido
de um corpo energético que possibilite ao elemento matéria - energia se agrupe
propiciando a configuração celular, ou molecular?
Será mesmo, que as células e moléculas,
aconteçam através da atração dos átomos como partículas inertes de Matéria? E
não devemos nos esquecer de que inerte para os ateístas significa morta, isto
é, sem vida.
Como apreendemos com Kardec, todo efeito
tem uma causa, então todo efeito inteligente haverá de ter uma causa
inteligente, e por dedução lógica, somos levados a concluir de que em sua constituição
o átomo, é formado de um principio psíquico, um corpo energético, e o elemento
matéria, e é esse psiquismo do átomo que encerra as propriedades infinitas do
mesmo.
A física já nos informou de que o átomo é
divisível ao infinito, e corroborou em partes esta realidade, pois nos informam
que o peso específico do próton é 1,66x10-24 gramas e 5x10-15
centímetro de diâmetro, e dimensionaram ainda o nêutron, o elétron, o neutrino,
como retro informado, mas infelizmente por se demorarem ainda ateístas, não
definem aplicação dessa matéria em outra dimensão, longe estão de raciocinar na
existência de colônias espirituais, ou mundos constituídos de matéria mais
rarefeita.
E antecipando-se a ciência Kardec já no
ano de 1857, nos informou a existência de matéria em outra dimensão, em o
“Livro dos Espíritos”, questão 22, vejamos.
Mas a matéria existe em estados que
ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão vos
cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria, para vós, porém, não o seria.
Então vamos apreciar a matéria em outra
dimensão, em sua aplicação em colônias, tanto quanto em mundos mais evoluídos,
não nos esquecendo, de que em mundos mais elevados, tanto quanto em colônias
espirituais, não existem apenas as plantas que embelezam e dão vida a esses
mundos, temos também a água, e para um maior esclarecimento, estaremos uma vez
mais, a nos amparar nas informações de André Luiz vejamos.
Em o livro “Nosso Lar”, no capitulo O
Bosque das Águas, Lísias esclarece André Luiz quanto à importância da água na
colônia, informando-o ainda de que a mesma era uma das raras tarefas materiais
realizadas pelo Ministério da União Divina. Não vou transcrever este capitulo,
pois é longo, entretanto recomendo aos que lerem este texto, e desejarem maiores
esclarecimentos que o leiam, pois é infinitamente esclarecedor.
E pelo que pudemos apreciar nas palavras
de Lísias a água é tida como matéria na colônia de Nosso Lar, pois o mesmo é
muito explicito quando afirma a André, que a manutenção da água é uma das raras
tarefas materiais realizadas pelo Ministério da União Divina, confirmando as
palavras que os espíritos apresentaram a Kardec na questão 22 de o “Livro dos
Espíritos”.
Apreendemos em química de que a
composição molecular da água é composta por H2O, ou seja, por dois
átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.
Estes são átomos inteiros conforme retro
informado, pertencem à escala de peso atômico do hidrogênio ao uranio, átomos
estes, que formam toda a matéria solida, liquida, e gasosa que constitui nosso
planeta.
Lembramos ainda de que a água da colônia
Nosso Lar, não tem a mesma constituição da água da Terra, pois é composta de
partículas atômicas que por hora não podemos mensura-las, alias a física nem
aceita ainda esta possibilidade.
E esta concepção é corroborada pelo que
nos informa André Luiz em o livro “Obreiros da Vida Eterna” no capitulo O
Sublime Visitante. A água existente nessa colônia é elaborada por mentes de
Avatares divinos; a água tanto quanto tudo o mais que compõe a mesma, existe em
matéria em outra dimensão.
Embora a água em “Nosso Lar” mantenha as
mesmas propriedades, e conserve a mesma característica, logicamente mais sutil,
mais diáfana, entretanto como vimos, não
é formada por átomos inteiros, mas por partículas infinitesimais desses átomos,
corroborando de que os átomos tem um psiquismo, e que este psiquismo encerra um
principio inteligente, pois a configuração material dos átomos de H2O
não são as mesmas que formam a água na Terra, pelo menos no que concerne ao
dimensionamento, entretanto as propriedades se preservam; não seriam essas,
partículas dos átomos inteiros de Hidrogênio e de oxigênio, que em sua
evolução, viveram a miniaturização do elemento matéria?
Mas Kardec deixou explícita a evolução
anímica, e não a partir do reino animal, mas desde o reino do minério, nos
itens 17 e 540 do livro dos espíritos, vejamos:
“Kardec (Livro dos Espíritos, Introdução,
item 17): Se observarmos a série dos seres, percebemos que eles formam uma
cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais
inteligente”.
E na questão 540 desse mesmo livro a
evolução anímica a partir do reino do minério é reafirmada novamente, vejamos:
“(...) é assim que tudo serve que tudo se
encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou
por ser átomo. Admirável lei de harmonia que o vosso acanhado espírito ainda
não pode apreender em seu conjunto! ”.
Parece-me que quando Allan Kardec afirma
que os seres formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria
bruta, ele define a questão; pois que outra explicação pode-se apresentar a
esta questão? E ainda esta; é assim que tudo serve que tudo se encadeia na
Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou por ser
átomo.
E encontramos ainda em A Gênese, no
“Capítulo X - “Gênese orgânica”, no tópico “O homem corpóreo”, mais um
apontamento em que Kardec corrobora outra vez mais a possibilidade da evolução
anímica, a partir do reino do minério, vejamos:
28. — Por pouco que se observe a escala dos
seres vivos, do ponto de vista do organismo, é-se forçado a reconhecer que, desde
o líquen até a árvore e desde o zoófito até o homem, há uma cadeia que se eleva
gradativamente, sem solução de continuidade e cujos anéis todos têm um ponto de
contacto com o anel precedente. Acompanhando-se passo a passo a série dos seres,
dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie
imediatamente inferior. Visto que são idênticas às dos outros corpos as
condições do corpo do homem, química e constitucionalmente; visto que ele
nasce, vive e morre da mesma maneira, também nas mesmas condições que os outros
se há de ele ter formado. (Kardec 2007e, pagina 233).
Nestas três questões retro apresentadas encontramos
de maneira explicita a informação de que existe uma cadeia que se eleva
gradativamente sem solução de continuidade, e como todos sabemos o que seja uma
cadeia, entretanto este vocábulo aqui aplicado deixa claro tratar-se de
sucessão de fenômenos, de acontecimentos ou de elementos relacionados entre si;
uma cadeia de eventos.
Então somos levados a raciocinar, se não
existir no minério, e nas plantas um psiquismo inteligente, e determinado mesmo,
o que é que possibilita aconteça esse elo sequencial do inferior para o
superior?
Afirmar que a matéria inerte (morta), sem
uma força que a impulsione a seguir um curso sempre evolutivo, é acreditar na
manifestação de um efeito sem causa, e esta possibilidade Kardec a rejeita.
Assim sendo temos que convir exista uma
causa inteligente e determinada mesmo a impulsionar a matéria nessa cadeia
ascensional que percorre, e para não me demorar em preâmbulos, lembro de que os
órgãos genitais das plantas apresentam uma similitude com os dos animais, tanto
quanto dos homens, com a diferença de que no homem está se apresenta numa
desenvoltura maior.
Alguns amigos espiritas negam a evolução
anímica a partir do reino do minério, e pretendem encontrar em Kardec alguma
informação que corrobore essa sua maneira de pensar, e às vezes nos apresentam
estas que estou apresentando, tentando extrapola-las conforme seu entendimento;
mas eu pergunto se Kardec tentasse negar a evolução anímica desde o reino do
minério, quais seriam os motivos que o levariam a confirma-lo? Pois não existe
uma extrapolação que se utilize da lógica e da racionalidade que possa negar a
concordância de Allan Kardec com a evolução anímica, desde o reino do minério.
No meu entender Kardec não teria por que
provar a existência dessa cadeia ininterrupta, - pois ele a confirma, - no
intento de negar que existe este elo, com certeza teria apresentado informações
que negassem esta possibilidade, e em momento algum ele o fez, e que bom que
ele corroborou esta premissa, pois se tentasse negar essa cadeia de
continuidade ininterrupta, lhe haveria faltado o senso lógico e racional.
Mas como a proposta deste texto é
confirmar que Kardec está correto de que não é possivel ao espirito, descobrir
a origem da Vida, - se a mesma tivesse uma origem - pois para que realizássemos
está façanha, teríamos que perscrutar nos arcanos da eternidade que nos
antecede, mergulhando no núcleo da substância, plasma divino do Criador, para
verificarmos esse inicio, entretanto como verificamos, não podemos apreciar
nossa origem, isto é impossível.
Só nos é possivel apreciar a manifestação
da vida a partir do reino do minério na maturação da substância, e isto porque
os fenômenos que demarcam nossa caminhada em busca da individualidade se reproduzem
infinitamente aos nossos olhos, nos permitindo aprecia-los e analisa-los.
Então fiquemos com as palavras do
Espirito da Verdade apresentadas a Kardec, na questão 78 “Podes dizer que não
tivemos principio, se com isso entendes que Deus, sendo eterno, deve ter criado
sem cessar”.
E na questão 21 de o Livro dos Espíritos,
temos confirmada essa realidade, quando Kardec questiona o Espirito da Verdade e
este lhe responde, vejamos:
21 - A matéria existe desde toda a
eternidade, como Deus, ou foi criada por ele num certo momento?
R – Só Deus o sabe. Há, entretanto, uma
coisa que vossa razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade,
jamais esteve inativo. Qualquer que seja à distância a que possais imaginar o
inicio da sua ação, podereis compreendê-lo um segundo na ociosidade?
Como centelhas divinas de Deus que somos,
somos levados a deduzir de que sendo eterno o Criador, como já o informamos acima
neste texto, ao universo nada se adiciona e nada se subtrai, pois, a vida do
universo é absoluta, é plena, completa, se Deus adicionasse, ou subtrai-se algo
a vida o Mesmo, perderia seu atributo de imutabilidade, pois Ele é a Vida do
universo.
E quanto ao termino da vida este não
existe, pois apreendemos no espiritismo de que a evolução vai ao infinito na
eternidade, de que não existe um ápice em nossa caminhada, de que vamos evoluir
na eternidade.
E assim sendo somos levados a compreender
de que jamais seremos perfeitos, seremos eternamente perfectíveis, pois um
“Ser” que necessite evoluir não pode ser perfeito, perfeito é apenas Deus, pois
se demora no absoluto, isto é, Ele abarca toda a vida do universo, pois é Ele
essa vida.
E atentos a este raciocínio, somos
levados a concluir com Einstein, que na vida do universo, alfa e ômega, não
passam de uma única e mesma coisa, pois se demoram absorvidos pela eternidade,
isto é, nunca existiu a origem da Vida, e tampouco haverá um fim da mesma, a
menos que pretendamos matar Deus.
José Sola – jul/2016
(revisado ago/2016)
Referências
bibliográficas:
KARDEC, A. Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, RJ: FEB,
1995.
KARDEC, A. A Gênese. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 19965.
CHAVIER, F.C. Espírito André Luiz. Nosso Lar. Rio de
Janeiro, RJ: FEB, 1996.
CHAVIER, F.C. Espírito André Luiz. Obreiros da Vida Eterna.
Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.
SOLA, J.A. Texto: Evolução Anímica. São Paulo, SP: 2.010.
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